O Milagre
Aproveitando a celebração do segundo mês de vida da Madalena, resolvo reflectir sobre a Vida. Com letra maiúscula, porque não estou a falar da vida corriqueira do dia-a-dia, estou a falar da Vida enquanto valor. Em 1998 houve um referendo sobre a despenalização do aborto. Não votei (embora já tivesse cartão de eleitor, não tinha ainda feito os 18 anos), mas defendi e continuo a defender o sim à despenalização. Com algumas reservas.
Falo hoje num tom mais amargo do que aquele que habitualmente uso quando falo destes assuntos. Acontece que, por variadíssimos motivos de ordem pessoal que não vou aqui expor, considero agora que esta é uma área bem mais cinzenta do que achava há sete anos atrás.
Aqueles que defendem activamente a despenalização do aborto (entre os quais se encontrava a minha pessoa até há coisa de uns dias) têm por adquirido que esta é uma escolha sempre dolorosa para uma mulher. Que nenhuma mulher recorre à interrupção voluntária da gravidez de ânimo leve. Sempre acreditei nisto (e quero acreditar que, de facto, é assim para a maioria das mulheres). Mas a vida (aqui e sempre com letra pequena), fez questão de me pôr de frente com uma situação que contradiz a um nível quase absurdo a minha crença.
Há, na verdade, uma espécie de mulheres para quem o aborto é uma decisão leve, que alivia a vida (de novo com minúscula...), sem deixar peso na alma. Aquelas que vivem centradas no seu umbigo, a quem este ser atrapalharia a imagem de perfeitas, de invencíveis. Aquelas que brincam com o fogo e não têm coragem de assumir as suas responsabilidades. Aquelas que reunem todas as condições para acolher uma criança, económicas, familiares. Mas falta-lhes Amor. Essa capacidade inata de amar o próximo e, acima de tudo, o ser por nós gerado.
Continuo a defender a despenalização do aborto. Mas com outros argumentos. Porque há de facto mulheres que a ele recorrem em desespero, porque não têm outra saída, porque não têm condições.
O Egoísmo não é crime. Mas, para mim, devia ser...
Falo hoje num tom mais amargo do que aquele que habitualmente uso quando falo destes assuntos. Acontece que, por variadíssimos motivos de ordem pessoal que não vou aqui expor, considero agora que esta é uma área bem mais cinzenta do que achava há sete anos atrás.
Aqueles que defendem activamente a despenalização do aborto (entre os quais se encontrava a minha pessoa até há coisa de uns dias) têm por adquirido que esta é uma escolha sempre dolorosa para uma mulher. Que nenhuma mulher recorre à interrupção voluntária da gravidez de ânimo leve. Sempre acreditei nisto (e quero acreditar que, de facto, é assim para a maioria das mulheres). Mas a vida (aqui e sempre com letra pequena), fez questão de me pôr de frente com uma situação que contradiz a um nível quase absurdo a minha crença.
Há, na verdade, uma espécie de mulheres para quem o aborto é uma decisão leve, que alivia a vida (de novo com minúscula...), sem deixar peso na alma. Aquelas que vivem centradas no seu umbigo, a quem este ser atrapalharia a imagem de perfeitas, de invencíveis. Aquelas que brincam com o fogo e não têm coragem de assumir as suas responsabilidades. Aquelas que reunem todas as condições para acolher uma criança, económicas, familiares. Mas falta-lhes Amor. Essa capacidade inata de amar o próximo e, acima de tudo, o ser por nós gerado.
Continuo a defender a despenalização do aborto. Mas com outros argumentos. Porque há de facto mulheres que a ele recorrem em desespero, porque não têm outra saída, porque não têm condições.
O Egoísmo não é crime. Mas, para mim, devia ser...
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